Por ser a maior ilha do Caribe, Cuba sempre teve uma posição estratégica e foi um território disputado por diversas nações. Assim como grande parte da América Latina, foi colonizada pela Espanha e obteve sua independência em 1898, sob a liderança de José Martí (personagem homenageado na Praça da Revolução, no Aeroporto Internacional José Martí e em diversas estátuas espalhadas por Havana). Quem auxiliou Cuba nessa conquista foram os Estados Unidos, que, em troca, exigiram uma série de contrapartidas.

Com a chegada dos americanos à ilha, houve uma exploração intensa da mão de obra, além do desenvolvimento de setores como hotelaria, cassinos e bordéis. Os americanos tinham liberdade total para agir no território cubano, e a maioria dos presidentes eleitos eram indicados por eles. Após sucessivos golpes, os militares pró-americanos permaneceram no poder por vários anos.

A Revolução Cubana, de fato, ocorreu em 1º de janeiro de 1959, com a fuga do ditador da época, Fulgêncio Batista. A partir disso, Fidel Castro assumiu o poder como primeiro-ministro e permaneceu no comando por décadas, estabelecendo um regime de partido único, onde o Estado passou a controlar praticamente tudo, com recorrentes violações aos direitos humanos.

Pela sua posição estratégica e alinhamento político, Cuba se tornou um ponto de interesse para a União Soviética, que oferecia apoio econômico em troca de uma presença próxima aos EUA. Esse suporte durou até a queda da União Soviética em 1991, momento em que Cuba entrou em uma fase de decadência econômica, que se estende até os dias atuais.

O embargo comercial imposto pelos EUA impede transações diretas com empresas americanas e também com companhias que tenham sedes ou relações comerciais com os EUA. Isso dificulta a importação de produtos e encarece os bens de consumo. Nos primeiros anos da Revolução, Cuba não se industrializou, pois dependia da estrutura industrial da União Soviética. Atualmente, a economia cubana é frágil, dependente de ajuda externa e sustentada por um câmbio artificial. Os cidadãos recebem seus salários em pesos oficiais, mas precisam de dólares para adquirir produtos importados.

ALIMENTAÇÃO

Assim como em grande parte do Caribe, a culinária cubana é baseada em frutos do mar, batatas e arroz. Devido à influência da cultura africana, trazida pelos escravizados, a gastronomia também apresenta temperos e técnicas de preparo característicos. No entanto, a escassez de produtos, somada às restrições de importação, torna a alimentação um desafio.

É possível comer bem em Cuba? Sim, sem dúvidas. É fácil? Não, não é. Para brasileiros, acostumados com uma grande variedade de alimentos, pode ser um desafio. Por isso, é importante indicar restaurantes internacionais e considerar as opções à la carte dos hotéis, que costumam oferecer refeições de melhor qualidade. Já nos sistemas all-inclusive, a qualidade pode ser comprometida pela busca por quantidade.

O POVO CUBANO

A maior riqueza de Cuba é, sem dúvida, seu povo. Os cubanos são calorosos, educados e extremamente higiênicos. A população apresenta um alto nível de educação, com muitos cidadãos bilíngues e até poliglotas, principalmente nas áreas turísticas.

Porém, devido à crise econômica, os cubanos enfrentam escassez de alimentos e medicamentos. O salário em pesos e os subsídios não são suficientes para cobrir todas as necessidades do mês. Dessa forma, as gorjetas são uma parte essencial da renda da população. Sempre que possível, é importante contribuir com alguns dólares, especialmente para artistas e trabalhadores de serviço.

HAVANA

Para explorar Havana adequadamente, recomenda-se pelo menos quatro dias. A cidade é um verdadeiro museu a céu aberto, com arquitetura que reflete diferentes épocas da história do país. Ao caminhar por suas ruas, é impossível não se sentir dentro de um filme. Alguns edifícios estão bem conservados, enquanto outros impressionam pelo estado de abandono, refletindo os contrastes do país.

Locais imperdíveis em Havana:

• Plaza de la Revolución
• Parque Central
• Capitólio
• Habana Vieja
• La Bodeguita del Medio
• Catedral de Havana
• Cañonazo de Havana (Fortaleza San Carlos de la Cabaña)
• Cabaret Tropicana

VARADERO

A 130 km de Havana (cerca de 2h20 de carro), Varadero é um dos destinos litorâneos mais famosos de Cuba. Com praias caribenhas deslumbrantes, é um ótimo local para relaxar e aproveitar resorts all-inclusive. Recomenda-se, pelo menos, três dias para explorar a região.

Locais imperdíveis em Varadero:

• Bar Eclipse Rooftop
• Parador Fotográfico de Varadero
• Parque Josone
• Restaurante Barbacoa
• Mansíon Xanadú
• Cayo Blanco
• Bar The Beatles

DICAS IMPORTANTES PARA QUEM VAI A CUBA

1. Alugar um carro e desbravar a ilha é uma missão difícil; até abastecer pode ser complicado.
2. Leve dólares e cartão de crédito, pois alguns lugares aceitam um, mas não o outro.
3. A internet é limitada e instável.
4. Leve papel higiênico, pois banheiros públicos e restaurantes nem sempre disponibilizam.
5. Leve dólares trocados para gorjetas.
6. Verifique a necessidade do visto antes de viajar.